Pernas dos Insetos
As pernas dos insetos são apêndices locomotores fundamentais, podendo ser terrestres ou aquáticos. Todos os insetos adultos apresentam três pares de pernas, localizados em cada um dos três segmentos torácicos: protórax, mesotórax e metatórax. Essa característica define os insetos como hexápodes.
Fonte: adaptada de internet
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Anatomia da Perna de Inseto
Cada perna de inseto é um pequeno exemplo de engenharia biológica. A estrutura básica é altamente conservada entre os diferentes grupos, mas pode apresentar modificações impressionantes para desempenhar funções especializadas:
Coxa: é a base da perna, onde ela se articula com o tórax.
Trocânter: pequeno segmento que funciona como "joelho", permitindo movimentação da perna.
Fêmur: geralmente o segmento mais robusto e desenvolvido, especialmente em pernas saltatórias e fossoriais.
Tíbia: alongada, pode ter espinhos, sulcos ou pelos adaptados à função da perna.
Tarso: subdividido em segmentos chamados tarsômeros, cuja quantidade varia entre ordens e espécies.
Pós-tarso: estrutura terminal que pode conter:
Garras tarsais: fixação em superfícies ásperas.
Arólio/Pulvilo: adesão a superfícies lisas (ex: vidros).
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Formas do Tarso e do Pós-Tarso
O tarso é a porção terminal da perna do inseto e é essencial na locomoção e interação com o ambiente. Ele pode apresentar diferentes formas, adaptadas ao tipo de substrato ou à função desempenhada pelo inseto.
Componentes do Pós-Tarso
O pós-tarso geralmente inclui:
Garras tarsais – usadas para se agarrar em superfícies ásperas.
Arólio – estrutura adesiva entre as garras, comum em insetos que andam em superfícies lisas.
Pulvilos – estruturas almofadadas e pilosas, também com função adesiva.
Função principal: Auxiliar na fixação do inseto em diferentes superfícies — ásperas ou lisas.
Exemplo: Moscas utilizam os pulvilos para andar em superfícies verticais e até de cabeça para baixo!
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Classificação segundo os Tarsos
O tarso é a parte terminal da perna do inseto, subdividido em pequenos segmentos chamados tarsômeros. A quantidade e distribuição dos tarsômeros podem variar entre os pares de pernas e possuem importância taxonômica, sendo usada na identificação de famílias e ordens de insetos.
Classificações principais:
Homômeros: Quando os três pares de pernas apresentam o mesmo número de tarsômeros.
Esses insetos podem ser classificados como:
Monômeros – 1 tarsômero
Dímeros – 2 tarsômeros
Trímeros – 3 tarsômeros
Tetrâmeros – 4 tarsômeros
Pentâmeros – 5 tarsômeros
Exemplo:
Trichogramma spp. → fórmula tarsal 3-3-3 (trímero homômero)
Heterômeros: Quando pelo menos um par de pernas tem um número diferente de tarsômeros em relação aos outros.
Exemplos de fórmulas tarsais:
5-5-4
4-4-3
3-4-4
Exemplo:
Meloidae → fórmula 5-5-4 (heterômero)
Casos Especiais: Tarsos Crípticos
Alguns insetos apresentam tarsômeros escondidos, que podem enganar até mesmo um observador treinado:
Criptotetrâmeros: aparentam ter 3 tarsômeros, mas o 3º está embutido entre o 2º e o 4º.
Criptopentâmeros: parecem ter 4 tarsômeros, mas na verdade têm 5, com o 4º embutido.
Essas estruturas são importantes em chaves dicotômicas e no reconhecimento de grupos específicos de besouros.
Tipos de Pernas
Fonte: LEAA
Ambulatória
Tipo mais comum (quase todos os grupos de insetos possuem pelo menos um par de pernas desse tipo). Não apresenta modificações especiais – são adaptadas para correr ou andar.
Ex.: Baratas, moscas, besouros, borboletas, formigas, etc.
Fonte: LEAA
Saltadoras ou Saltatórias
Pernas posteriores com fêmur e tíbia bastante desenvolvidos e alongados. Funciona como alavanca para impulsionar o inseto para frente – pode alcançar 100 vezes o tamanho do inseto (pulgas).
Ex.: Gafanhotos, grilos, pulgas, esperanças, etc.
Fonte: LEAA
Nadadoras ou Natatórias
Possui a coxa, fêmur, tíbia e tarsos achatados e margem provida de pelos e esporões (insetos aquáticos). Representada pelos segundos e, PRINCIPALMENTE, terceiros pares de pernas.
Ex.: Barata d’água e besouros aquáticos.
Fonte: LEAA
Preensoras
Fêmur desenvolvido com um sulco, onde aloja a tíbia recurvada. Servem para capturar outros animais, inclusive outros insetos, entre o fêmur e a tíbia.
Ex.: Perna anterior da barata d’água.
Fonte: LEAA
Raptadoras ou raptatórias
Possui a coxa, o fêmur e a tíbia com espinhos e dentes adaptados para apreensão de presas.
Ex.: Perna anterior do louva-a-deus e os mantispídeos (Neuroptera).
Fonte: LEAA
Fossoriais ou escavadoras
Todas as estruturas são modificadas, principalmente tíbias e tarsos das pernas anteriores – Função: escavar.
Ex.: Tarso modificado em digitus nas paquinhas; Tíbia em forma de lâmina larga e denteada (escaravelhos).
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention’s PHIL
Escansoriais
Tíbia, tarso e garra tarsal com conformação típica para agarrar o pelo (ou cabelo) do hospedeiro.
Ex.: Três pares de pernas dos piolhos.
Fonte: LEAA
Coletoras
Primeiro segmento do tarso bastante desenvolvido (basitarso). Possui na tíbia pelos longos, e algumas com formação de um tipo de “cesto”, chamado de corbícula. Servem para recolher e transportar grãos de pólen.
Ex.: Perna posterior de abelhas e mamangavas.
Fonte: LEAA
Adesivas
Tarsômeros das pernas anteriores são dilatados e pilosos, formando uma ventosa. Auxiliam na fixação ao élitro liso da fêmea durante a cópula.
Ex.: Pernas anteriores de algumas espécies de besouros (machos) aquáticos – Fêmeas: Três pares do tipo Natatórias.